Ele vai ser melhor. É o seu mantra. Não tem um dia que ele não acorde com a plena certeza de que irá mudar o mundo, o seu mundo. É muito astuto, sempre soube usar isso para o bem, o dele, o dos outros. Parece que em um universo onde as pessoas usam a inteligência para o mal, usá-la para coisas boas é errado. Ele pensa demais, nele, nos outros. É como se cada pedaço das pessoas fosse um quebra-cabeças e ele está pronto para colocar as peças no lugar. Os outros entregam os problemas despedaçados, ele os devolve com cada pedacinho encaixado. Odeia as incertezas e pessoas indecifráveis se tornam o seu maior desafio. Ele monta um mapa mental de cada um que está a sua volta, liga os pontos e desvenda todas as personalidades. Talvez essa seja a sua maior dor: acreditar que sabe demais sobre os outros quando estes pouco sabem sobre ele. Não é misterioso, mas em uma existência onde a humanidade mal tem tempo para pensar em si, pensar em quem está ao lado torna-se praticamente impossível. Ele gostaria que as pessoas tivessem o dom de pensar as outras, de se colocar no lugar das outras. Para ser melhor, ele precisa encontrar pessoas mais empáticas. Ele quer ser melhor, e vai, quando encontrar alguém que o decifre.