Os detalhes. São eles que contam quem é você e até onde pode chegar. Por mais sorrisos que dê, por mais histórias que narre, o que realmente mostra o seu íntimo são os detalhes.

Um detalhe é praticamente invisível para si. Ele é a menor parte de um fato, algo tão pequeno que não reparamos. Os detalhes não nos pertencem. Eles pertencem a quem nos vê, nos ouve e nos sente. Detalhes são presentes que não queremos dar.

Detalhes não têm a ver com pedaços de história. Detalhes têm a ver com o modo que você se porta ao contar uma história. A nerolinguística é a mãe dos detalhes. O movimento dos lábios, as mãos que se movem rapidamente, os dentes que aparecem sem querer, o palpitar do coração e a entonação da voz são alguns exemplos de como um detalhe é entregue para o outro.

Mentiras são pobres de detalhes. Quando você conta uma, por mais que se esforce para criá-los, eles não querem existir. E o outro, acostumado a ouvir histórias e receber detalhes, sente falta. A história não envolve, é quase fria. O esforço em criar um ambiente que não existe mata a emoção e quem ouve a mentira sente. Sempre sente.

Uma hora, o espectador irá cobrar os detalhes do mentiroso, que não terá nada para entregar, exceto a verdade. Entregue-se. Nenhuma mentira é perfeita, detalhes são.