As críticas entraram
e dominaram o lugar.
Nunca foram bem aceitas,
a hipocrisia dominou o lar.

A casa agora é feita de mentiras
e de inverdades para quem gosta de escutar.
Fechei as portas,
saí do quarto,
aluguei as verdades, revoguei os hipócritas, aprendi esnobar.

Preciso dizer adeus. Preciso dizer adeus aos finais de semana de uma pessoa só. Adeus aos lençóis bagunçados por um conhecido. Adeus ao delivery de pizza. Adeus aos abraços condicionais. Adeus ao dormir do mesmo lado da cama. Adeus ao comodismo. Adeus à paixão.

E se a gente acabar, vai ficar tudo bem? E se a gente nunca mais se vir, não se cruzar na rua, não ver fotos um do outro, como será? E se a gente nunca mais falar, não ligar, não trocar nenhuma palavra, não mandar mensagem de voz, o que seria de nós? E se a gente esquecesse que a gente já foi um casal um dia, que já compartilhamos sonhos, que já nos programamos para viver juntos, que já deixamos de lado o individualismo, como seria?

E se a gente acabar, vai ficar tudo bem. A gente vai acabar com o comodismo, com o medo do novo, com o trivial. A gente vai acabar com o que está acabando com a gente, nós.