Não queria ser eterno. A eternidade implica na responsabilidade de viver consertando erros enquanto novos surgem. A eternidade é um ciclo de ajustes intermináveis, para ser feliz em um final que não existe.

O que se passa em sua cabeça nos últimos cinco minutos antes do sono chegar? Se a sua vida dependesse destes últimos minutos, quais seriam as últimas lembranças? Você dorme com um sorriso no rosto ou de cara amarrada? O sono é o mais perto da morte que chegamos diariamente. Se a última lembrança antes de abrir os olhos para um novo amanhã não vale um dia, não valeria uma vida.

Em quais últimos cinco minutos você quer pensar agora?

Não me espelho em idealizações amorosas vistas em livros ou filmes. A pessoa perfeita não mora em um castelo, nunca chegou perto de um cavalo e não é dona de um império. Ela está mais perto do que eu sou do que de um best-seller. Não há reinado que pague a compreensão, status que compense a empatia ou beleza que compense o bom-humor. A minha idealização de pessoa perfeita está no equilíbrio do que irá me satisfazer por uma vida, não por um dia.

Não quero viver tudo o que vejo, quero ver tudo o que sinto.