Sou um mendigo. Vivo mendigando coisas boas, como qualidades e perfeição. Costumo me sentar na calçada dos desejos e ficar implorando para quem passa (ninguém) um pouquinho de compreensão e boa vontade. Não precisa ser muito. É só deixar no meu chapéu no chão, ao lado da placa “Aceito doações”.

E como um andarilho, continuo caminhando com as minhas pequenas conquistas sentimentais na pequena bolsa velha, ou nos bolsos furados, sem reparar que está tudo caindo no chão e tem sempre alguém atrás, pegando o pouco que conquistei fazendo shows de expertise nas praças das comoções.

Que peguem. Eu vou acabar fazendo mais malabares com as situações para ver se conquisto algo de mais valor.