Todas as culpas que deixo com você também são minhas. Nos punimos constantemente, mas não quero me punir. Prefiro que você sofra, por nós, pelos atos desagradáveis de ambos. Conheço teus limites e estes são muito parecidos com os meus. Antes de saber o que posso, sei o que não devo, mas muitas vezes vou lá e faço. É como uma pequena realização pessoal ao ser transgressor. E neste momento, esqueço de quem sou, quem somos, e me torno especificamente aquilo que estou fazendo. É como se meu ato fosse uma pessoa e eu tivesse sido tomado por ela. Este ato, esta pessoa, me tomam e me levam para as vontades que fogem da minha índole e invadem os teus valores. Neste momento, a gente deixa de ser a gente para nos tornarmos mais um erro. Infelizmente, neste momento, deixo que o erro seja só teu, ainda que o errar seja completamente meu. Convivo melhor trabalhando a tua culpa e fugindo da minha, que nunca se desculpará.