Nunca fui amado. Acho que não faço o tipo simpático, desses que todo mundo quer ser amigo de graça, mesmo sem saber muito sobre o que gosta ou desgosta. Com o tempo, aprendi que as pessoas não vivem só de bons momentos, de risadas. Elas também apreciam a dor. Vivem bem com a própria, mas apreciam a dos outros. A dor engaja. Aprendi a criar vínculos com pessoas que sentem dó de mim. Aprendi a gostar das desgraças da vida. Cada pequena merda que acontece comigo vira um post no Facebook, buscando comentários, likes e mensagens de “tá tudo bem com você?”. Gosto de sentir que estão comovidos com os meus problemas, assim me sinto querido. E quando os problemas acabam, sei que as pessoas estão ali, por mim, e passam a gostar de uma pessoa depressiva tanto quanto gostam de uma pessoa divertida. Escolhi viver na dor para saber o que é o amor.