A felicidade é um detalhe e nós somos detalhistas.

Parece algo irrisório, mas nos divertimos com sorrisos sem motivo. Tem que ter motivo para sorrir? Eu já precisei de vários, hoje não preciso mais. Qualquer besteirinha me arranca um, te arranca um e viramos só dentes. Ainda bem. Em boca fechada não entra alegria.

Gosto disso, dessa despreocupação com os motivos. O detalhe da nossa felicidade está em não detalhar nada. A nossa base é sobre as pequenas coisas. Não precisamos de presentes caros ou de e-mails enormes sobre como nos conhecemos, só precisamos de nós.

Gostamos de coisas aparentemente irrisórias, como colocar os pés sobre as pernas do outro enquanto assistimos um filme, deitar sobre o peito do outro enquanto falamos sobre o filme que assistimos, não falarmos nada enquanto estamos um sobre o outro. E quem vê de fora, pensa que isso é só mais um monte de besteiras de um casal apaixonado. E isso nada tem a ver como o amor, tem a ver com a forma de amar.

Se a felicidade tem fim é porque ela ainda não nos encontrou.

Não vou me esquecer do hoje, mas devia. Devia dar um jeito de vomitar todas as minhas memórias em algum bueira, para ver se os ratos e o esgoto levam embora esse rancor, esse desgosto.

Gostaria de quebrar algum vidro e passar sobre o meu corpo, jogar álcool e sentir a dor me invadir a carne e a alma, para ver se a dor do âmago fica mais fraca e vai embora.

Preciso encontrar um modo de ficar bem, mas é impossível ter qualquer tipo de positivo quando o a única coisa que me vem em mente é você.

Que a dor venha e fique o tempo necessário, desde que você vá embora junto com ela.

O pouco que sei sobre você é o suficiente para que eu queira saber tudo. Qual é a sua cor favorita? Gosta de viajar? Vodka ou vinho? Dormir do lado direito ou do esquerdo da cama? E por que a gente ainda não está junto?

Tudo bem, entendo bem o silêncio e não quero respostas, quero você.