Se fosse para falar, não precisaríamos sentir. O que sentimos é tão forte que mal cabe em cada um, por isso dividimos entre os dois.

Todos chamam de amor, mas prefiro não dar nome. O que sentimos é tão forte que o amor se sente frágil estando perto. É tão único que um dia darão o nosso nome para esse sentimento.

Eu nem queria muito, de verdade.

Queria umas coisas que podem parecer bobas para você, mas que para mim seriam especiais. Queria ficar deitado, sem nenhuma troca de palavras, em dia de chuva. Seriamos nós, o barulho da água na calha e a cama.

Queria montar uma playlist cheia de músicas bonitinhas e deixar rolando de fundo enquanto a gente vive, só para provar que a vida tem trilha sonora, mas nós temos que ser os sonoplastas.

Queria te levar a um restaurante novo por dia, com pratos que você poderia amar ou odiar, só para ampliarmos os horizontes, começando pelo paladar.

Queria fazer surpresas, tipo fechar uma viagem, não te contar, entrar na tua casa, fazer a sua mala escondido, passar no seu trabalho, te levar para o aeroporto e deixar que você descubra para onde vamos só quando chegarmos lá.

Queria que a nossa vida fluísse a ponto de implorarmos para a felicidade parar de nos adorar.

Que as nossas decisões não reflitam em nosso futuro. Que o nosso futuro não seja consequência dos impulsos. Que os impulsos não causem apenas dor. Que a dor não se torne rotina. Que a rotina não acabe com a gente. Que a gente não acabe por causa de nossas decisões.