Já ganhei muitos presentes. Já ganhei roupas, brinquedos, viagens, responsabilidades, perfumes e sorrisos, mas nada me deixa mais feliz do que um elogio sincero.

Aquele tipo de elogio que você é louco para fazer a si mesmo, em voz alta, mas não faz. Um daqueles elogios convictos e egocêntricos que você não faz por medo de parecer arrogante.

E quando o elogio chega da boca de alguém que não está na sua mente, parece que tudo faz sentido. O peito se enche de orgulho, as bochechas enrubescem e a alegria toma conta do corpo. Porque não há presente maior do que notar que as pessoas te notam como você gostaria de ser notado. Não há presente melhor do que sorrir por dentro.

 

Sinto muito por você.

Sinto muito pela necessidade de ter pessoas a sua volta e nenhuma delas te dar trela. Por mais que você se dedique e procure amigos, a amizade acontece, não é condicionada. Não provoque uma amizade, instigue. Caso contrário você ficará exatamente como é hoje, um vampiro de atenção.

Sinto muito por você idealizar tanto o amor e não conseguir vivê-lo. As suas regras, o modo como vê o amor livre, o jeito que leva o relacionamento e a forma com que se envolve com o amor faz com que ele se torne vítima, não companheiro. Enquanto buscar um amor quadrado e condicionado você se condicionará a viver só.

Sinto muito por você estar sozinho. Sei que existem alguns que você considera amigo, mas elas me parecem apenas pessoas empáticas que sentem afeição e dó, nada além disso. Mas quando a dor bate, não há ninguém para segurar a porta. É você, ela e o sofrimento. Enquanto não assumir a solidão, ela continuará sendo a sua amiga.

Sinto muito. Sinto muito por você ser você.

 

Leve tudo,
mas não deixe
o que sinto
por
nós.

Desate
e
vá.