Sabe,
quando está apertando por dentro
e por fora você não sabe o que se passa?
Quando sente que está no centro,
mas na verdade você faz parte da massa?
Pois é, a vida está assim,
estou tentando mudar, confesso,
mas não depende só de mim.
(Estou lutando por algum progresso)

Constante solidão inexistente,
que tenta existir dentro da razão,
aquela que incita que não estou contente,
aquela que pensa existir no coração.

É difícil. Quando o outro toma uma atitude fora do padrão, a nossa primeira atitude é a repulsa. Nos indignamos constantemente com os atos de pessoas próximas e esquecemos o que somos capazes. Para entender como o outro se comporta, precisamos nos entender. Inevitavelmente, temos atos comparáveis, com mesmo peso ou tamanho. Quando se trata de você é só mais um erro, quando se trata do outro é uma atrocidade. Antes de ir adiante com um julgamento, lembre-se de se julgar, de pensar nos próprios limites e de tudo o que se é capaz. Logo após, pense no outro. Ao olhar para dentro, você notará que o que há por fora não é tão diferente quanto parece.

Viva pelos bons momentos, mas não os transforme em mote de vida. Um momento bom é eternizado por quem vive na lembrança, ao imaginar as cenas, os gostos, os odores, as sensações. Quando a busca por um bom momento torna-se um padrão, este deixa de existir. Um bom momento a gente faz, mas se fizermos sempre a mesma coisa, vira rotina. E a rotina é chata. Se estar com os amigos é algo mágico, a magia acontece por não ser cotidiano, caso contrário ver os amigos seria comparado a ficar no trânsito ou a estudar. Se você ama viajar, só ama porque faz isso poucas vezes em um ano, caso contrário a viagem se tornaria obrigação e a obrigação é um desprazer. Se você adora sair para beber, dançar ou cantar, só adora pois isso deforma a sua rotina, quebra o que é corriqueiro e dá a impressão de que ser livre é questão de escolha. E é. Até a liberdade em excesso torna-se um costume. Acostume-se em não se acostumar.