É uma prisão. Estou preso ao passado. As celas da minha insegurança selam o meu futuro, impedindo que eu consiga viver por algo além do banho de sol. O carcereiro das minhas decisões está de olho, observando se penso em fugir dos pensamentos atrelados ao ontem. O delegado das minhas emoções dá um esporro cada vez que tento me desvencilhar das grades e fugir dessa cadeia precária de sentimentos ligados ao que já passei, ao que já sofri.

Esse crime não é meu. Não quero pagar diariamente por um erro que não cometi. Não quero viver de indultos, quero liberdade plena de mente e alma. Me solte, passado. Passe adiante.

Trocaria o agora
por mais tempo
com o antes,
só para poder
mudar o hoje
e viver um novo
depois.

Mas o agora
não quer
trocar de lugar.
Vive bem
o momento,
não pensa
no ontem
e não tem nada
a ver
com o amanhã.

Aproveita este
segundo,
o primeiro
já perdeu o sentido.
Passou,
tá passado.
O agora não vive
para agourar.