Por favor, não me faça querer que você não faça parte da minha vida.

Gostaria que tudo fosse mais ameno, orgânico e não essa guerra branca que vivemos. Os insultos sutis, a desconfiança mútua, a insegurança subjetiva. Você criou inúmeros campos minados e tudo o que tenho feito é pensar onde vou pisar, com medo de mais uma bomba explodir. Quero lutar por uma guerra de paz, não por uma de sangue.

Sinto falta da gente quando eu não tinha consciência do que era ser gente. Sinto falta de reclamar das uvas passas na maionese, de não termos uma árvore de Natal natural e de ficar olhando fotos antigas com você. Para mim, o hoje é muito duro. Nossas maiores conversas são pautadas em discussões sem fundamento. Nossos melhores momentos são após dias sem nos encontrarmos, e estes momentos duram poucos minutos.

Sinto falta de você. Sinto falta do que você poderia significar em minha vida. Sinto falta de poder contar com você. Sinto falta, acima de tudo, de poder encher a boca para falar sobre a diferença que faz em minha vida. Você faz parte dela, mas infelizmente age como se não fizesse diferença. Você faz parte de uma parte que não quero ter.

Muda de lado, faça parte de mim, antes que eu deixe de fazer parte de você.

A gente nem se conhece e já estou me perguntando quando é que vamos matricular nossos filhos no inglês, comprar uma casa de praia ou passar as férias em Paris.

Me interessar por você é tão clichê que provavelmente o filme da nossa vida vai ter Adam Sandler e Drew Berrymore. E a gente nem precisa ter um filme, desde que tenha uma vida. Não qualquer uma. Uma dessas que todo mundo comente, para o bem e para o mal, de tão perfeita. Uma vida com direito a foto feliz no parque aos domingos, check in em outro país nas férias e todos os olhares voltados para a gente no meio da rua.

E se não for tudo isso, que seja ao menos um beijo na próxima vez que nos encontrarmos. Não precisa ser um beijo de novela, pode ser um beijinho simples, mas bom. Que seja pelo menos um beijo, já que tudo o que você sabe fazer é me cumprimentar com os olhos, por educação. Ok, a gente nem se conhece. E você não sabe o que está perdendo.

O melhor dia
foi o que você
retribuiu um sorriso.

Me devolveu a fé,
ganhei o riso.