Acredito no amor livre. O amor, toda a sua comoção e energia não podem ser focados em uma única pessoa.

O amor e o egoísmo são antônimos, logo quem ama não ama a um, ama a todos. Há amor maternal, paternal, fraternal. Há amor de família, de amigo, de alma. Dentre tantos amores, por que devemos escolher apenas um para viver por esta eternidade?

Me divido bem entre todos os amores, menos com o amor de alma, aquele que envolve os pensamentos, o corpo e o sexo. Me distribuo entre as camadas sociais do amor, mas a do amor permanente, de quem ama com lealdade, não posso amar mais de um alguém sem que confundam com traição. Se o amor é universal, por que focá-lo em um único ser?

A minha identificação amorosa acontece em vários níveis. Há quem amo pelo intelecto, há quem amo pela postura, há quem amo pelo corpo, há quem amo pelo riso, há quem amo pelo sexo, há quem amo por amar. E se há tanto amor, porque deixá-lo transbordar em um único ser quando posso dividi-lo por igual?

O amor bilateral é injusto em um mundo onde as pessoas se negam a amar. Se o mundo precisa de amor, converta-se em amante. Não negue amor, não negue o poliamar.