Viver é buscar eternamente pela fórmula mágica da felicidade, sendo que ela se encontra na sua frente. Esta não é só mais uma ideologia barata, é bem cara, e por isso as pessoas custam a comprar a ideia.

Para ser feliz, basta ser a pessoa que você sempre quis. Na teoria, parece ser só mais um pensamento, desses que a gente encuba para usar mais tarde com alguém que tem a mesma pergunta. Eis o primeiro problema. Ensinamos aos outros como encontrar a felicidade, sendo que nós mesmos não a encontramos. Damos todos os ingredientes. Basta misturar e consumir. Este é o segundo problema. O consumo da felicidade é imediato.

E para ser quem você sempre quis, basta ser. Tão redundante e prolixo quanto as aplicações para ser feliz, mas mais simples do que se imagina. Para ser feliz, para ser quem você sempre quis, basta fazer tudo o que você faz pelos outros e que os outros fazem por você. O segredo da personalidade está ali, entre quem você é e como as pessoas te enxergam. Entre nas entrelinhas, encontre o equilíbrio e desvende o mistério de como se tornar uma pessoa especial.

E, se por algum motivo, o mundo não te vê do jeito que você pensa ser, é porque você pensa de forma errada. Pensar e não aplicar o pensamento te deixa preso em uma rede cheia de ramificações, sem uma central clara. Pensar e não agir faz com que você se perca no caminho.

Seja, acima de tudo, o Você que se completa. A fórmula mágica da existência está na balança. A felicidade e a persona ideal andam de mãos dadas com o equilíbrio.

Nunca diga “meus pêsames”. Não diga que está triste por alguém que se foi, sendo que não está realmente. Se a pessoa representou pouco ou quase nada para você, oferecer condolências é hipocrisia, e não existe nada mais hipócrita do que a morte, que finge estar longe só para te levar a qualquer momento. Quando alguém parte para um outro plano, o plano de quem fica nesse é sofrer em um primeiro momento, sentir saudades no segundo e praticamente esquecer que a pessoa se foi na última etapa. O melhor a se fazer é trocar o seu falso pesar por algo que realmente tenha peso no momento, como um abraço, um ombro, ouvidos ou silêncio. Ofereça ajuda psicológica, mas nunca palavras que não fazem sentido para você. Quem perde alguém de verdade não vai querer meia dúzia de mentiras. Em vida, viva pelo o que você deve fazer, não dizer.

Ele vai ser melhor. É o seu mantra. Não tem um dia que ele não acorde com a plena certeza de que irá mudar o mundo, o seu mundo. É muito astuto, sempre soube usar isso para o bem, o dele, o dos outros. Parece que em um universo onde as pessoas usam a inteligência para o mal, usá-la para coisas boas é errado. Ele pensa demais, nele, nos outros. É como se cada pedaço das pessoas fosse um quebra-cabeças e ele está pronto para colocar as peças no lugar. Os outros entregam os problemas despedaçados, ele os devolve com cada pedacinho encaixado. Odeia as incertezas e pessoas indecifráveis se tornam o seu maior desafio. Ele monta um mapa mental de cada um que está a sua volta, liga os pontos e desvenda todas as personalidades. Talvez essa seja a sua maior dor: acreditar que sabe demais sobre os outros quando estes pouco sabem sobre ele. Não é misterioso, mas em uma existência onde a humanidade mal tem tempo para pensar em si, pensar em quem está ao lado torna-se praticamente impossível. Ele gostaria que as pessoas tivessem o dom de pensar as outras, de se colocar no lugar das outras. Para ser melhor, ele precisa encontrar pessoas mais empáticas. Ele quer ser melhor, e vai, quando encontrar alguém que o decifre.