Quando sentimos algo, o sentimento tende a ser estereotipado por terceiros com segundas intenções, desvirtuando o que está queimando o centro do corpo por alguma baboseira que incomoda entre o córtex e o cerebelo. Sei que muitos passam por isso, sem duvidar de si e das próprias sensações, vivendo de um estereótipo sentimental. Por mais que as emoções conduzam os sentimentos, quem conduz as emoções são as pessoas. Estas dissimulam, transformam e convencem a seguir um padrão emocional, muitas vezes manipuladas por outras que também foram enganadas. E no limite dos sentimentos entre pessoas e emoções encontra-se o amor.

Embora presente, vivo, pulsante, o amor vivido atualmente é uma farsa. Ele foi desestruturado pelas emoções de quem já não acreditava mais neste sentimento. A saudade, combustível de quem ama, passou a ser confundida com carência. A fidelidade mudou de nome para monogamia, passou a ser julgada e hoje acredita-se que ela nem exista mais. O companheirismo perdeu espaço para o altruísmo e para amar não é preciso ter alguém para sempre, cinco minutos bastam. O desejo foi obrigado a se fundir com o tesão e hoje qualquer ejaculação é confundida com amor eterno. Não se sabe mais como se ama e se um dia alguém realmente amou. Duvida-se de tudo. A insegurança dita as regras de um relacionamento e quem ama, ama as sobras da falta de zelo.

E em meio ao labirinto de emoções deturpadas, tente encontrar a saída. Esqueça os homens e suas novas regras para amar. Esqueça dos seus modos e o modo como amou. Esqueça como se ama para aprender a amar novamente. Esqueça de todos os conceitos e lembre-se de si. Para sentir o amor, é preciso se amar.