Palpável. O medo é palpável. Sem embargos, o medo penetra em algum pedaço do ser, causando uma sensação semelhante à dor, ao frio, ao fim. O nosso corpo torna-se hospedeiro do medo. Como em uma gripe, tentamos transmitir o vírus do medo sem que percebamos.

O medo nos traz à tona o nosso lado primitivo. Quando em risco, o medo faz com que atuemos instintivamente. Como um animal em risco, atacamos. Não pensamos em consequências, em hipóteses, em circunstâncias. Queremos nos salvar. Queremos o corpo sentindo o medo são e seguro dentro de nós. Buscamos a redenção nos impulsos que o medo traz e não percebemos que não há como se redimir de um instinto.

Ninguém se liberta do medo. Ele, enquanto hospedeiro, domina as vontades, determina as escolhas, rege o futuro. O medo é o seu senhor e você será para sempre um servo.