O meio é uma grande mentira. O equilíbrio é a busca, não o encontro. O Yin-yang é a metáfora da metade, do centro que desejamos pela eternidade. Não existe metade. Não aceitamos meias-verdades ou histórias inacabadas. A metade da laranja é uma metáfora sobre um ser inteiro. A metade, afinal, é só um inteiro. Não somos completos, mas vivemos para completar. Completamos tarefas, ciclos, sonhos e conversas. Quando não completamos, ao menos preenchemos. Estamos em todos os cantos, em todas as cabeças e em todos os lugares, cedendo um pouco de nós para preencher os outros. Somos completos complexos. Não sabemos o que queremos e desejamos mais do que um querer. A nossa complexidade é o nosso desequilíbrio, um paradoxo de nossas metades. Paradoxalmente, existimos pelo centro, de dentro para fora. E, metaforicamente, vivemos pelas beiradas, para completarmos um círculo, para sermos um só.