Eu aprendi a amar. Não você, a amar o amor.

Aprendi a conviver com os defeitos. Passei tempo demais procurando a pessoa perfeita, sendo que ela só existia dentro de mim. Idealizei uma pessoa incrível, disposta mentalmente e fisicamente a se adaptar a mim e ao meu estilo. Esqueci que estava desejando secretamente namorar com o melhor de mim.

Aprendi a ponderar. As expectativas já não são mais as mesmas, pois passei a administrá-las e não projetá-las em você. Já te usei como tela branca, para desenhar os meus desejos. Hoje te uso como tela pronta, para me inspirar.

Aprendi a me controlar. Separo a raiva da razão, o desgosto da compreensão e a ansiedade dos motivos. Deixei de viver o futuro e aprendi a apreciar o presente, impedindo que ele se torne um passado frio e amargo.

Aprendi muito. Mas aprendi a me amar antes de buscar qualquer tipo de amor em você.

O amor só existe quando conseguimos encontrá-lo antes dentro de nós.

Ela prometeu que tudo ficaria bem. Ela disse que a vida era assim, cheia de altos e baixos e que depois do desespero vem a redenção. Ela me contou que toda vez que ela sentia que não ia conseguir, que estava quase desistindo, ela puxava toda as forças que restavam e tentava novamente, e a calmaria chegava. Ela disse que vai passar. Vai passar quando eu parar de me lamentar e começar a tomar alguma atitude, pois reclamar não resolve problema, só faz ele ficar mais forte. Ela falou que só depende de mim. Depende da mudança de hábito, de falar mais do que fazer, de ser mais do que se é, de depender menos do que se pede. Ela parou de falar. Ela foi embora e me deixou sozinho. Ela sumiu para que eu começasse a mudar.

Busquei por muito tempo formas de me manter alegre. Ajudei os outros, contei piadas, falei sobre o bem, sorri, fui gentil, fiz compras, comi meus pratos favoritos, viajei. Nada me bastou.

Aí deixei de procurar a alegria por aí. A encontrei em mim.