Limpa teus ares.
Descobre que tudo
não passa de uma cobrança
desnecessária.

Cancela teu mundo,
a cabeça cria a aliança
com os transtornos e
os obstáculos
e o futuro torna-se
o teu adversário.

Releva teus pesares.
Perceba que a confiança
que falta na atitude
é a mesma
que sobra em outro cenário.

Nada mais te fará falta,
desde que você seja uma criança.
Muda teu rumo.
Desvenda a tua insegurança.

Deus, me leve para a estrada.
Lá eu perco o rumo
para chegar onde quero
e encontro a camada
da vida que espero.

Deus, me põe na estrada.
Me deixa em qualquer destino
e me entrega qualquer madrugada.
Vou ser nômade, clandestino,
me tornar a alvorada.

E eu que pensei que nunca fosse morrer de amor,
descobri que estou morto há horas.

Desde que o meu olhar cruzou com o seu
a morte me encontrou entre os olhares
e me crucificou pelo amor.

A morte passou a foice entre a gente
e foi-se o momento onde podíamos ter nos conhecido, se amado, se dividido.

E eu que pensei que nunca amaria ninguém de longe, agora sofro com esse amor a sete palmos de distância.

Acabou, amor. E sequer tinha começado.
Não sei porque você retribuiu o olhar.
Esse cruzamento de olhares maldito me fez conhecer a morte
e a morte me impediu de te encontrar.

Ainda não sei se é melhor estar vivo sem saber quem é você
ou se foi melhor ter morrido e o amor ter cruzado comigo.