Você voltou. E sei lá porque se foi um dia, já me esqueci, e você voltou. Voltou para as nossas conversas de madrugada, sem hora para acabar, com intermináveis assuntos e o dobro de sono no dia seguinte. Voltou para as nossas pequenas loucuras, para me buscar novamente em casa quando não puder sair ou para me roubar no meio de uma festa chata e me levar para ver o nascer do sol em uma praça vazia com vista para a cidade. Voltou para os sábados de pizza na sua casa, com gente desconhecida e risadas sem motivo. Voltou para me tentar, para me fazer beijar a sua boca nos encontros na porta da balada ou para subir em cima de você no banco do carro na porta de casa. Voltou para me levar àquelas velhas histórias de gente que tem dupla identidade e que vivem escondidas em mansões. Voltou para ficar sem falar comigo na primeira noite em que dormimos juntos. Voltou para me fazer chorar por não dar um sinal de vida por uma semana. Voltou para desaparecer no meio de um encontro e me deixar a mercê. Voltou para sumir de mim e voltar para você.