Se envolveu, com medo, mas sem dó. Fez do caso extraconjugal um casulo, ansiando transformar o desespero em mariposa e poder voar livremente para um novo amor. Esqueceu que, para evoluir, antes é preciso ser lagarta. Antes de ter asas, é preciso rastejar, sofrer com o percurso lento, árduo, ficar preso em obstáculos, sofrer com a sua verdadeira forma para transcender para uma nova. Ao se envolver em uma nova paixão, você não entra em um casulo, entra em um subterfúgio. Para sair, é preciso se encontrar. Para se encontrar, é preciso assumir que não é possível ser mariposa antes do tempo. Ainda que sem asas, voar é possível. Envolva-se, mas seja sincero consigo, com os outros. Permita-se, mas só quando o velho se for. Voe, quando o novo puder entrar.

Deposite toda a sua confiança em mim. Devote. Me transforme em sagrado. Acredite que sou importante, canalize a sua energia espiritual e transmute para um novo ideal. Depois que você estiver confortável, eu sumirei. A força motriz da fé não está em algo ou alguém, está em você.

Amei tão alto
e não consegui alcançar.
Amei tão auto
e não consegui me amar.