Eu, obrigado.
Obrigado por me aceitar. Ser aceito pelos outros é difícil. Pelo próprio egocentrismo é quase impossível. Este foi um ano de impossibilidades. Aprendi a aceitar os meus erros. Todos os lados da personalidades, os gostos, os fetiches, os desejos, os erros e os defeitos foram compreendidos. O meu melhor foi aceito, o meu pior foi respeitado. Decidi encarar o meu lado desgastado, feio e pouco nítido, para que amanhã ele se torne a minha fortaleza. Tornei todos os acertos e vitórias em aprendizados, agora os aplico em todos os âmbitos para ser uma pessoa melhor.

Eu, obrigado.
Sem te entender quase por completo, seria apenas mais um incompleto. Aprendi a me completar com os detalhes irrelevantes. Aprendi a me aceitar para me tornar interessante. Aprendi a ser como sou.

Abri minhas gavetas. O que estava escondido entre calças e camisetas não está mais. Tirei tudo dos bolsos, do meio das meias e das cuecas, mostrei o meu melhor e pior entre traças e naftalinas. Abri o armário para nunca mais fechar.

Aprendi que segredos não podem ser escondidos entre golas e botões. Por mais bem passada que esteja uma peça, o amassado estará sempre exposto.

Tirei dos cabides os meus medos e os doei a quem precisava. Roupa velha só ocupa espaço, medo também.

Remendei os erros dos melhores looks. Mudei o estilo por não caber na minha ideologia e meu modo de ver o mundo. Não tento usar botões que não se encaixam em quem eu sou. Não visto peças que ficam largas no meu infinito particular.

Aprendi a apreciar a moda do ser, não a que criam, mas a que desenhei para mim. Moda você segue, estilo você cria, personalidade você tem. Deixei de seguir as tendências para criar as minhas. Está na moda ser igual, estereotipado e fechado. Mas é mais estiloso ser o que se é.

As gavetas estão abertas. Vazias de autopreconceito e cheias de verdade. E tomara que nenhuma dessas roupas caiba mais. Eu fico muito mais bonito sem receios. O meu melhor look é estar nu.

Terminei como comecei.
Sem saber se daria certo.
Veja, eu consegui.
Veja, sou concreto.

Do nada vem uma ideia.
Da energia vem o que
espero.
Converti o medo do que
não tinha em certeza.
Reverti a expectativa
do longe
para perto.

E mesmo sem saber
que eu continue assim.
É dessa fonte que eu
quero beber.
É desse desejo
que espero o
sim.